Prazeres solares
16 de Março de 2022
Se sinto falta de Amsterdã? Essa é a pergunta que tenho feito a mim mesma. Ousaria dizer não, mas é muito doloroso admitir, mais ainda sentir (ou devo dizer sentir absolutamente nada?).
Florença tem me tratado incrivelmente bem! Talvez eu ainda esteja vivendo aquele frenesi típico de (re) começos. Afinal, um novo relacionamento sempre brilha! Por outro lado, Amsterdã poderia me perguntar: “Mas por que você iria embora? Estávamos apenas começando…”.
Alguns podem dizer que estou exagerando em algo que pode ser superado por meio disso e daquilo. Mas não importa quantas saunas eu tenha tomado ou bebidas quentes degustado, a Holanda não tem algo que, para o meu corpo, espírito e alma é como água, ou seja, da qual simplesmente não posso viver sem: a luz solar. E como alguém poderia, às vezes me pergunto?
Sim, eu sei... tivemos um verão maravilhoso em 2020 e desde que fui embora parece até que não tem chovido tanto e o pôr do sol tem sido delicioso nos dias de primavera... Mas sejamos francos: todos sabemos, como já disse antes, que o Sol não é o melhor amigo dos Países Baixos. Às vezes ele vem, muito tímido, fica um tempinho mas basta uma rajada de vento (e Deus sabe o quão forte eles são!) para liquidar com tudo... Nenhum lugar é perfeito e esse é o maior defeito do meu país dos sonhos. Não à toa muitos aposentados fogem para cidades mais quentes para aproveitar o resto de suas vidas.
Eu estaria mentindo se dissesse que o clima foi o único motivo que me fez mudar: um maravilhoso projeto empresarial logo se desenrolará e a Itália parecia combinar mais com este novo capítulo.
Sendo assim, se não fosse a incompatibilidade entre a Holanda e o meu DNA, talvez não estivesse escrevendo esta Confissão da minha ensolarada varanda que, aliás, me dá um verdadeiro prazer cotidiano: posso finalmente pendurar as minhas roupas para secar enquanto tomo um banho de sol na minha pele temporariamente pálida. Neste momento, não consigo pensar num pequeno prazer maior do que este.