De todos os aspectos do meu país de origem dos quais mais sinto falta, nada supera a luz do sol que anseio há meses. Só para constar, nunca fui amante do verão e aprecio o que vem com uma brisa fria: chá de gengibre, cachecol de lã, sauna, o cair das folhas, o aconchego de estar em casa. Além de muitos truques que uso para manter meu corpo aquecido - e Deus sabe que tenho feito tudo o que posso para lidar com isso! -; afinal, o inverno pode ser repleto de privilégios e conforto.

Mas no ponto exato em que me encontro, luto para encontrar sua beleza. Seria por causa dos dias escuros de inverno ou das consequências de um ano tão bizarro? Estou passando por uma fase depressiva e introspectiva? Por que não estou sentindo aqueles impulso e energia positivos que sempre me empurraram para frente? Será que meu corpo sente falta de vitamina D?

Suponho que seja a junção de todos esses fatores. Mas um fato é certo: sou uma pessoa solar e a ausência de luz tem me afetado muito.

Nas últimas semanas, vira e mexe olho para o céu e não encontro nada para compartilhar com ele. Estamos conectados com nosso universo e estar longe da estrela mais importante do sistema solar de alguma forma me faz sentir miserável. Não há um único raio de luz no céu.

O que posso ganhar com um céu branco-acinzentado como o de Amsterdã? Como as pessoas podem viver meses, desprotegidas daquela linda bola de fogo? Talvez eles simplesmente não saibam o que é ser iluminado por uma luz radiante durante todo o ano. Logo, a falta dela simplesmente não faz tanta diferença.

De repente, a magia do inverno que projetei por tanto tempo em minha mente, infelizmente desapareceu.