Unanimidade

13 de Julho de 2020

Verdade seja dita: certos alimentos só podem ser apreciados por quem os come desde a infância. Tome por exemplo o famoso "docinho" holandês conhecido como dropje: tem um sabor estranho e não é açucarado como se espera de um doce. Atrevo-me a dizer que ninguém, exceto os holandeses, realmente gosta dessas infelizes balinhas.

Muitos também concordarão comigo sobre o excêntrico doce japonês feito com feijão preto ou mesmo as receitas tailandesas preparadas com a fruta fedorenta duran. Enquanto outros bem podem dizer que não agüentam o “brigadeiro” brasileiro que, de tão doce, só mesmo os nativos para aproveitarem sem contrair diabetes (a quantidade de açúcar que as crianças dos anos 80 no Brasil podiam consumir seria condenada hoje em dia).

Por falar em Brasil, ontem entrei numa casa de chá em Amsterdã e me deparei com uma das iguarias típicas do meu país de origem. E asseguro: ela está longe de causar repulsa nos estrangeiros. Trata-se do nosso amado e tradicional “pão de queijo”, que dispensa comentários para explicar do que se trata, cujo segredo, na minha opinião, é usar a intensidade correta do queijo e ajustar o equilíbrio entre textura crocante por fora e recheio úmido e macio por dentro.

Me dá água na boca só de pensar nos melhores que já comi em Minas Gerais... pensando bem, nunca ouvi falar de nenhum gringo que não gostasse do nosso pão de queijo.

Em tempo: se você mora ou passeia por Amsterdã e quer saber onde encontrar o melhor na cidade, recomendo a Little Brazil. Dá pra matar a saudade não só deste salgado como também do calor humano e da hospitalidade das quais só mesmo o brasileiro pra cultivar com maestria (neste caso, o querido proprietário Brunelli).

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