Resgatei um velho hábito com grande potencial de se tornar uma bela ocupação para as noites de sábado. Verdade seja dita: estou cansada de sentir raiva, desesperança e tristeza por causa deste lockdown sem fim. Em vez disso, tomei uma decisão, principalmente para preservar a sanidade mental que ainda considero ter sobrado em mim.

Todos nós temos tentado, de uma forma ou de outra, preencher as lacunas deixadas pelo que costumava ser uma vida social normal. Para mim, encontrar um substituto para uma merecida noite com amigos, depois de uma longa semana de trabalho, continua sendo uma tarefa complicada e cheia de frustração e fracasso. Afinal, quantas noites de sexta ou sábado se passaram desde que o mundo começou a enlouquecer? Aposto que várias delas foram estranhas, deprimidas ou miseráveis em sua casa: basta escolher a definição que mais se adequa à sua experiência de vida.

Depois de quase um ano adaptando e mudando nossas rotinas diárias, ainda estamos longe do fim do lockdown, ou do que parece ser uma competição de longa distância exaustiva. Então, entre trotes e corridas, fiz uma pausa e joguei cartas com meu marido. Sim, tal qual nossas avós faziam para passar o tempo.

No meu país de origem, o Brasil, há um jogo de cartas chamado “Buraco” e que parecia o que faltava para nos entreter em uma noite fria de inverno. “Buraco” não requer muitas habilidades e não vai acelerar seu coração ou pregar peças em sua inteligência. Tem um ritmo suave e oferece aos jogadores a dose perfeita de entusiasmo e contentamento.

Se você é um novato e quer saber se o Buraco é o ideal para o seu fim de semana de aprisionamento, deixe-me colocar da seguinte forma: com o adversário certo, acompanhado das mais deliciosas azeitonas da Itália para beliscar, junto à sua bebida favorita, chances são boas de perceber que sua casa é o único lugar onde você gostaria de estar.