Os melhores restaurantes em Tel Aviv

Assim como no Brasil, a gastronomia em Tel Aviv passa por um momento de visibilidade e evolução. Comida, lá, está na moda e hoje em dia muito melhor que uns anos atrás. As pessoas saem mais para comer, gastam mais dinheiro, chefs se tornam celebridades, food markets são ponto de encontro, comida de rua virou cool. Somado a isso, pode-se falar que a coquetelaria dá sinais de se profissionalizar, com bares e bartenders de calibre pipocando pela cidade, fato que não acontecia em nenhum lugar 02 anos atrás. Interessante perceber como o gin – que se tornou tão apreciado e desejado no Brasil – passa pelo mesmo fenômeno em Tel Aviv. São fatores que vem contribuindo para uma economia muito mais aquecida na restauração, que tradicionamente e historicamente tem muito a oferecer. Tudo isso é elevado a uma grande potência quando se leva em consideração o perfil de quem mora em Tel Aviv: em sua maioria jovens, que curtem uma vida urbana dinâmica e também noturna, vivem intensamente, gostam de sair às ruas.

Onza: sua cozinha se baseia na culinária Ottomana, como dizem os próprios donos. Cozinheiros com vasta experiência na cozinha turca, Arik Darhani e Muli Magriso vem fazendo um trabalho impecável nesse descolado restaurante no charmoso bairro de Yaffo (Jaffa), bem no miolo do flea market. Os sabores são marcantes, a variedade de alimentos frescos é enorme, e da ágil cozinha saem clássicos: a famosa pide, de origem turca – tipo de esfiha grande em formato de barco - é mandatória. A minha veio com queijo, cebola, espinafre e rúcula, quentíssima, deliciosa, bem farta. É bacana pedir para compartilhar, assim vale mais a pena para provar outros pratos como a variedade de peixes – alguns deles em pratos de sashimi e carpaccio, eggplants em variadas combinações, saladas turcas, ou mesmo os clássicos “meze” servidos como entrada e acompanhados de pães pita, como o meu preferido “Gigik” que leva iogurte, pepino, dill e menta. Vale reservar, pois sempre cheio e um dos mais concorridos da região. Detalhe para o atendimento jovem super cordial e agilizado. Gasta-se em media uns 100 nis por pessoa.

Abu Hassan: são toneladas de hommus preparados semanalmente nesse minúsculo restaurante no bairro antigo portuário de Yaffo. Seu criador, o falecido Ali Caravan, fez desse lugar se tornar o mais famoso para se comer hommus em toda Israel (famoso principalmente no sentido turístico). Não à toda fica amontoado de locais e turistas todos os dias, dispostos à espera seja lá quanto tempo demorar, porque certamente valerá a pena. É fato que se pensarmos no passado, 40 anos atrás, quando este senhor árabe fazia o hommus a mão, a cena de hoje é bem diferente… uma massificação desse espaço cuja produção de hommus virou industrializada. Mas há quem diga que é o melhor da cidade; fato que, na minha opinião, pode ser aqui ou em qualquer mercadinho de esquina, pois quando se trata de pratos tão enraizados na história da culinária local, o que vale e marca, para quem mora na cidade, é certamente a sua experiência afetiva.

The Norman Restaurant: o pomposo restaurante do hotel The Norman é um espaço não apenas para ver e ser visto, mas também para apreciar uma das culinárias mais sofisticadas da cidade. Tem conceito de brasserie chique. O chef Barak Aharoni traz uma mistura muito assertiva de uma comida franco-mediterrânea, com toques aqui e acolá de italiano. Lá, podem-se provar pratos extremamente simples de massas – mas bem temperados e saborosos – como carnes bem elaboradas e entradas como a abobrinha fatiada e gratinada servida com um molho delicioso de iogurte.

Abraxas North: casa que pertence ao famoso chef Eyal Shani (proprietário de outros estabelecimentos, dentre eles o disputado e despretensioso Miznon). No Abraxas, come-se muito, come-se muito bem. Só que sem pratos. Talvez para disseminar um conceito mais primitivo de se alimentar – comer com as mãos – a verdade é que a febre pegou e todo mundo adora se amontoar nas mesas entre amigos, ou mesmo no balcão colado à cozinha aberta que literalmente ferve todas as noites. A comida é executada de forma criativa, na maioria das vezes com poucos ingredientes, e excelência. Desde as famosas couve-flor – item obrigatório do cardápio -, até pizzas, pães e molhos diversos, saladas, peixes, há para todos os gostos. Vale resservar.

Bellini: geralmente, restaurantes italianos são o refúgio quando se está na dúvida do que comer ou mesmo quando você é turista e precisa de um tempo das comidas picantes que países do Oriente Médio oferecem no dia a dia. O Bellini, italino, é essa opção, mas traz um atrativo a mais que é sua localização privilegiada no lindo pátio do Centro Cultural Suzane Dellal. Lá, acontecem concertos e performances belíssimos, e residência do famoso grupo de dança Batsheva. É um espaço com mesas dentro e no terraço, atendimento super caloroso e eficiente, e comida que conforta. Vá de pizza ou uma das saladas italianas maravilhosas.

Miznon: o famoso chef Eyal Shani é um dos mais reconhecidos da cena gastronômica local (sem contar suas casas espalhadas por NY, Paris e Vienna); profissional hiper competente que soube fazer bem o marketing em torno de si e de suas casas, como também motivar o consumidor local apreciar pratos com ingredientes simples e locais, elevados a uma grande potência. É o caso da couve-flor que, segundo os israelenses, virou “cool” novamente. Ou mesmo outros vegetais e ingredientes crus que nas mãos de Eyal se transformam em pratos muito saborosos e elaborados. O Miznon, por sua vez, tem aquele ambiente super agitado e descolado, vive cheio, e consegue agradar a todos os paladares, inclusive a vegetarianos e veganos que podem lá encontrar opções de pratos ricos em vegetais, sem contar a presença do pita que nesse restaurante é usado das maneiras mais diferentes possíveis seja com carnes, shakshukas, ou vegetais.

Peackoc: perto da agitada Rotschild e quase em frente à bonita praça Habima Square, esse é o típico bar/restaurante israelense que não te decepciona quando a fome bateu altas horas da noite. É um dos melhores na região que serve comida tranquilamente até pelo menos 01h da manhã. E boa comida! Há opções desde hambúrgueres até saladas caprese e petiscos. Bons drinks também, serviço atencioso – e jovem – e atmosfera cool tal qual a maioria dos bares da cidade.

Speakeasy: alguns dos restaurantes mais cool da cidade tem um quê de bar, em grande parte pela sua atmosfera: agitada, barulhenta, com jovens descolados e bonitos. O Speakeasy é tudo isso com o plus de ser um rooftop; entra-se por uma porta escondida e as reservas não são fáceis, geralmente requer-se conhecer alguém lá ou pedir para um amigo local fazer. Os drinks são excelentes e a vista do terraço vale a pena, principalmente em dias de calor.

Port Said: há dias que não se consegue um lugar sequer nesse agitado bar/restaurante. Fica escondido, numa rua sem visibilidade para a avenida local, e na frente da maior sinagoga da cidade. É o típico local que está ativo há anos, mas se mantém no topo da lista dos locais mais bacanas para se ir de dia ou, principalmente, de noite. Comida e bebida aqui são também levados a sério, principalmente porque contam com a supervisão do famoso chef Eyal Shani. Não aceita reservas, então, chegue cedo. Vale a pena.

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