A barreira da língua

14 de Julho de 2020

Saí daquela sala de massagem tailandesa com uma leve convicção de que havia cometido um grande erro. Passei quase toda a sessão de uma hora lamentando a dor terrível que eu tinha certeza que sentiria quando tudo acabasse.

Sempre fui fã de massagens. Houve momentos no Brasil em que eu marcava duas consultas por semana. Sempre que eu tinha uma chance, incluindo viagens para qualquer lugar do mundo, o Spa do Hotel seria meu melhor amigo.

Como o fatídico Corona impediu que os estabelecimentos de bem-estar funcionassem por meses, eu estava ansiosa para que voltassem. Quando a hora chegou, decidi me mimar e agendei um tratamento em um salão de beleza tailandês na esquina da minha casa.

A massagista mal falava inglês ou holandês, o que piorou tudo, já que só posso dizer “Oi” e “Obrigada” em tailandês. Portanto, a gerente da casa estava encarregada de receber as queixas dos clientes e repassá-las à equipe. Não me pareceu ser uma boa ideia, pensei imediatamente.

Eu estava certa. A falta de comunicação significava que minha massagista passou metade da sessão insistindo em esmagar a parte superior das minhas costas, apesar do meu esforço para explicar que ali estava tudo bem, obrigada.

Ao final da tortura, pelo menos, ela me esticou com delicadeza e lentamente fui sentindo a agonia ir embora.

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