Maria Eugênia detestou meu vestido de noiva e me encarou feio durante horas antes do meu casamento; também ficou meses sem falar comigo quando entrei numa faculdade que não lhe agradou; em torno dos seus 60 anos resolveu experimentar maconha e também fez uma tatuagem na nuca pra homenagear seus netos, filhos e bichos de estimação.
Poucos amigos são tão entusiastas por vinho quanto eu. Após longa reflexão, concluo que nenhum deles é, infelizmente. Levei muito tempo para admitir isso, mas o último dos moicanos se foi, alguns anos atrás, depois que o relacionamento de uma amiga terminou.
Às vezes penso que nunca mais morarei no Brasil. É duro dizer nunca, mas não há nem uma ponta de desejo que me projete de novo lá. Mas sinto falta da energia brasileira. É como uma amiga disse: “Nós, brasileiros, sempre que entramos em uma sala, a enchemos de vida!”.