Sou a fênix que renasce

21 de Dezembro de 2020

Querido diário, estamos mais que atrasados para uma conversa franca. Você pode pensar que me esqueci de você, mas jamais o faria! É verdade que estou passando por um período de seca. O que não deixa de ser normal, não acha? Se lhe interessa saber, estou descrevendo como normal o que me parece estranho e doloroso.

Escrever a todo vapor, no meu caso, exige uma boa dose de entusiasmo, curiosidade e alegria. Nada disso tem brilhado em meu interior ultimamente. Talvez tenham sido enterrados, esmagados por aquelas sensações cinzas das quais fazem a mistura entre Corona vírus, inverno holandês, ausência de sol e falta de liberdade. De repente, é como se eu não sentisse meu pulso. E enquanto lia uma edição especial Natureza (da minha bíblia) Kinfolk, durante o café da manhã, percebi que havia perdido minha luz: em todos os sentidos.

A luz que sempre foi capaz de nutrir o impulso, a orientação, a energia, a coragem, o vigor: os combustíveis da minha vida. Como eu poderia deixar isso acontecer? Foi culpa minha? Como poderia ser minha culpa se eu nem mesmo percebi? Mesmo os momentos mais desagradáveis e tristes dos quais já passei, nada se compara ao estado letárgico em que me encontro hoje.

Para piorar, pela primeira vez na minha existência me vi absorvida por uma sombra de insegurança, medo e falta de confiança, como se eu não fosse capaz de ser, de fazer, de seguir em frente. Para onde foi o meu "eu destemido"?

Aparentemente, graças a Deus não sou um robô! Não se sentir inspirada, perder felicidade e excitação também pode significar sentir outras emoções, exceto que não tão agradáveis.

A boa notícia é que estou de volta. E eu juro que nenhum vírus desprezível nem essas péssimas condições climáticas da Holanda vão me derrubar.

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