Equilíbrio e dualidade

19 de Janeiro de 2021

Depois de algumas horas caminhando pelos campos frios de um vinhedo afastado, no norte da Holanda, fui absorvida por uma forte energia que se revela principalmente quando perto da natureza.

De uma forma ou outra, sempre fantasiei a vida dessas pessoas cujas rotinas são cercadas de verdes e azuis enquanto ganham dinheiro com os recursos naturais da terra. Para mim, é inevitável não pensar em como esse ritmo de vida se diferencia do restante da sociedade urbana. Tento não fazer julgamentos, embora ache difícil evitar pensar que um estilo de vida mais simples nos satisfaz de maneira mais duradoura.

Mas de repente, desejos materiais imaginários saltam pela minha ambiciosa mente e começo a refletir sobre a dualidade que vive dentro de nós. Isso não é necessariamente um fato negativo até que sejamos arrebatados e esqueçamos o caminho que leva a um meio-termo. Precisamos sentir os dois lados para apreciá-los igualmente? Ou pelo menos escolher o lado com o qual nos sentimos mais em paz? Será que algum dia seremos capazes de vivenciar o contentamento absoluto apenas por sermos nós mesmos?

Fugi de uma cidade que há muito tempo me fazia sentir triste. Desisti de tantas coisas que queria e das quais lutei tanto, mas que em determinado momento só me faziam ter ansiedade e estresse. Mas sei com certeza que tive que passar por tudo aquilo para perceber que algumas grandes aspirações podem se tornar demasiadas.

Com igual intensidade também acredito que ninguém deve se afastar da natureza por muito tempo. O ar livre, perto da vida selvagem, nos conecta com o sentido mais puro da vida. Ao sair do campo e voltar para a cidade, me senti grata por poder experimentar o melhor dos dois mundos.

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