Há um sentimento profundo que ressoa em meu coração sempre que penso na Tailândia. Desde o primeiro dia em que estive nesta terra não consigo deixar de sentir uma emoção muito profunda, quase como nostalgia.

Cresci absorvendo convicções sobre o que devo ou não fazer; o que é certo ou errado. Não é fácil me libertar deles à medida em que nos apegamos a certas crenças.

Não conseguia lembrar a última vez em que joguei xadrez. Nem encontrar uma razão para explicar porque parei de jogar. Vindo de uma família onde triunfou um campeão de xadrez, há algo complacente sobre a ausência da prática em minha vida.

Quando se mora na Holanda é imperativo aproveitar a abençoada estação ensolarada ao máximo possível. Desde que me mudei para Amsterdã aprendi apreciar o sol (confesso que não valorizava essa linda bola de fogo como deveria).

Há algum tempo ouvi de uma atriz que "planejar é um exercício de otimismo". Embora o excesso de planejamento possa ser o gatilho para ansiedade e excesso de controle, planos simples podem ser a medida certa para acreditar que o futuro será promissor.

Quanto mais velhos ficamos, mais inábil será nossa capacidade de agir com espontaneidade. Quando mal lembramos qual foi nossa última decisão impulsiva, chances são grandes de que o espírito livre da juventude que um dia possuíamos tenha se dissipado.

Enquanto tomava café da manhã no Hotel Pulitzer, duas cenas me chamaram atenção: pais cuidando - sozinhos - de seus filhos. Quando digo "pais", quero dizer sem mãe, nem babá ou avó. Pensei: isso não é um hábito normal na América, pelo menos não em meu país.

Dizem que o tempo é o melhor remédio para esquecer e superar; que o tempo é o que as feridas precisam para serem curadas. Porém, mesmo o mais poderoso alívio que o tempo concede, ele mostra que certas coisas na vida não podem ir embora sem deixar cicatrizes.