Acho que concordarmos no seguinte ponto: tomar um gelato vai muito além de uma deliciosa experiência culinária. Significa, também, preservar e nutrir interação, convívio, intercâmbio cultural e social, além de trazer alegria, conforto à alma e frescor ao paladar. Lembro-me vividamente de quando meu pai costumava me levar à sorveteria do shopping durante o inverno só porque, segundo ele, um bom gelato deve ser degustado independentemente da estação.
Passou um bom tempo desde o dia em que minhas aspirações futuras seriam moldadas para se tornarem o maior sonho da minha vida. Olhando pra trás, ainda me imagino naquele avião; minha alma inquieta buscava uma jornada tão nova quanto instigante para me conduzir ao desconhecido. Quando visitei Amsterdã pela primeira vez, foi amor à primeira vista.
Como a vida é calma pela região de Rüdesheim e Assmanshausen am Rhein... Caminha-se pelas duas cidades e tem-se a impressão de que o tempo parou. Caminha-se no meio do dia e o silêncio persiste além de uma sensação de que nada é tão importante a ponto de atropelar o seu tempo.
Pra quem gosta de comer, a viagem para Israel é um conforto para olhos, estômago e alma. Quase tudo que se vê, antes de comer, tem muita cor, personalidade e aromas inebriantes. Tudo tem muita referencia nas raízes árabes, que particularmente acho “a mãe” de todas as cozinhas do mundo (vamos lembrar das civilizações persas e por aí vai).
Quando acordei e abri a janela da varanda do quarto, parecia que a cidade tinha um filtro que a cobria como um véu. Os tons de bege das construções antigas formam uma palheta que acalma o olhar e se integram com as cores das flores, de um rosa quase choc que hipnotiza. Muitas varandas no bairro velho de Yaffo são assim.
A primeira vez que entrei no Artis era inverno. Folhas secas, vazio, clima chuvoso, meio tristonho, o restaurante fechado. Mas a comunidade de flamingos enfileirada ao redor de um lago foi o calor à alma que precisava para aquela tarde tão fria de domingo.