Acho que concordarmos no seguinte ponto: tomar um gelato vai muito além de uma deliciosa experiência culinária. Significa, também, preservar e nutrir interação, convívio, intercâmbio cultural e social, além de trazer alegria, conforto à alma e frescor ao paladar. Lembro-me vividamente de quando meu pai costumava me levar à sorveteria do shopping durante o inverno só porque, segundo ele, um bom gelato deve ser degustado independentemente da estação.
“Tomara que não roubem”, disse meu marido enquanto olhava pela janela para o suporte de celular da nossa scooter novinha em folha. Curiosamente esta prece tem sido o nosso lema. Você pode se surpreender ao descobrir sobre um outro lado de Florença. O berço do Renascimento italiano tem, infelizmente, pequenas zonas sombrias onde os pertences pessoais – especificamente relacionados aos meios de transporte – são alvo fácil.
Amizades são mensuráveis? Bem, eu tenho uma teoria. Se você já perdeu um ente querido, tente se lembrar daqueles que compareceram ao funeral. Quando a minha mãe faleceu, contei não só com o apoio incondicional do meu parceiro de vida (sem o qual me faltaria ar para viver) juntamente da sua família, mas também de amigos que não estariam em outro lugar senão ali, ao meu lado.
Você já ouviu uma música que te lembra algo que nunca experimentou antes? Uma música que faz seus pensamentos viajarem pelo passado de outra pessoa? Embora seja difícil explicar um sentimento tão estranho, é exatamente assim que me sinto sempre que escuto o extraordinário ex-cantor francês Charles Aznavour. É como se suas músicas me levassem direto para a vida do meu pai, ainda tão jovem, quando ele aproveitava seus melhores anos de vida em Paris.
Na charmosa vila francesa de Beaune, cidade com cerca de 22 mil habitantes, há algo quase sagrado ao degustar um vinho, como se por um instante o mundo lá fora se calasse para que as maiores expressões de Chardonnay e Pinot Noir se manifestem e sejam reverenciadas.
“Se você quer que as coisas aconteçam na Holanda, você tem que pressionar, pressionar e pressionar mais ainda!”. As palavras daquele holandês ainda ressoam na minha lembrança. Pela primeira vez entendi que as coisas não são fáceis neste país como romantizei por tanto tempo.
A enorme quantidade de floriculturas em Amsterdã resume não apenas a relação vitalícia entre Holanda e flora, mas também como os holandeses se interessam em cultivar uma relação próxima com os verdes. Mas uma loja com certeza se destaca mais: Mooi Anders, uma selva urbana que me chamou atenção desde a primeira vez em que passei pela sua vitrine.
Tenho pensado na escolha das pessoas em serem ou não vacinadas. Em pouco tempo, me deparei com mentes tão opostas que só posso temer pelo futuro da humanidade. Para alguns, a vacina significa algo perigoso a ponto de colocar em risco uma vida a longo prazo, enquanto o outro ponto de vista acredita que não receber a vacina é definitivamente uma sentença de morte.
Depois de duas semanas submersa em uma história sobre as péssimas condições das pontes e cais de Amsterdã, finalmente encontro descanso e volto ao solo firme. Por dias e noites, esse assunto foi tudo em que eu pensava, escrevia e sonhava. Uma história tão densa que, depois de terminada, me senti vazia.